domingo, 28 de outubro de 2012

Degolado: mito ou verdade?


Por Janete Regina  Sirichuki Carvalho

 Capela do Degolado- Foto Elis Oliveira

1894. A revolução federalista iniciada pelos maragatos no sul do país tinha sido derrotada pelas forças republicanas do Marechal Deodoro da Fonseca em Curitiba, e temendo por sua própria sorte, iniciou sua retirada, tendo como destino o Rio Grande do Sul.
Segundo o historiador e ex-prefeito de Guarapuava, Nivaldo Passos Kruger, no caminho de volta, as tropas receberam o recado do Coronel Bormann de Chapecó: “sob o pavilhão nacional, bandidos não passariam”. A rota então foi alterada, para que de Guarapuava eles pudessem alcançar a cidade de Barracão no sudoeste do Estado e então chegar a Argentina. Durante a passagem por Guarapuava, os federalistas foram protagonistas de uma história que gerou uma das maiores lendas da cidade: o soldado que morreu degolado jurando inocência.
Segundo o historiador, enquanto as tropas estavam de parada na cidade, sob o comando de Juca Tigre, houve uma denúncia de que um dos soldados havia abusado de uma moça da cidade. Como Juca Tigre era o comandante supremo das tropas, e a época era de revolução, a sentença e a condenação foram sumárias.
Interior da Capela do Degolado- Foto Elis Oliveira
O soldado então foi degolado e seu corpo enterrado no local onde hoje existe uma capela conhecida como a “capela do degolado”.  Essa capela fica no Bairro dos Estados entre as ruas Professor  Yank e General Rondon. É visitada por pessoas que além de rezarem pela alma do soldado morto injustamente, acreditam que pela fé podem alcançar graças com a intersecção do degolado.           
A capela ainda é palco de outras histórias que, assim como a história do degolado, deve ser apreciadas com discernimento: há quem diga que a alma do soldado vaga errante pelas paradas da capela, que os santos que ali são colocados aparecem misteriosamente sem cabeça, como também o incêndio misterioso (que muitos atribuem ao próprio soldado) que assolou a capela em 2010, na véspera do dia em que ela seria palco de uma reportagem de TV estadual.  Essas, como tantas outras histórias fazem parte da formação do Bairro dos Estados, portanto, passíveis de serem verídicas, ou apenas lendas urbanas.

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Depoimentos ou histórias contadas pelos próprios moradores ou frequentadores.

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